Após a ofensiva do ex-presidente Donald Trump com tarifas sobre produtos brasileiros, o governo Lula encontrou um novo impulso ao adotar um discurso de defesa da “soberania nacional” e justiça tributária, focando na taxação dos super-ricos e benefícios para os mais pobres. A campanha digital “Brasil com S de Soberania” teve bom desempenho nas redes, cenário em que o governo vinha sendo superado pelo bolsonarismo. O novo tom, impulsionado por peças com inteligência artificial, também ligou diretamente Bolsonaro e seus aliados à crise com os EUA, gerando um momento de recuperação da imagem presidencial. A informação é do jornal “O Globo”.
Apesar dos ganhos, aliados no Congresso demonstraram preocupação com os limites da estratégia baseada no “nós contra eles”. Parlamentares como Mario Heringer (PDT) e Otto Alencar Filho (PSD) alertaram para o risco de o discurso polarizador afastar setores como pequenos empresários e enfraquecer a base do governo. A ministra Gleisi Hoffmann foi cobrada por deputados sobre a falta de uma saída política para tensões como a derrota no caso do IOF. A percepção de que o embate entre ricos e pobres pode gerar instabilidade social preocupa até integrantes da base aliada.
Internamente, o governo comemora o novo tom como um rompimento com a apatia anterior. A avaliação no núcleo próximo a Lula é de que a narrativa atual unifica a base social petista e começa a conquistar eleitores indecisos, refletindo em uma leve melhora nas pesquisas. No entanto, lideranças políticas passaram a pedir um esforço de recomposição com partidos do centro e alertam que a manutenção do clima de confronto pode dificultar alianças estratégicas para 2026.
Fonte: Política Livre