O São Paulo teve (muito) mais sorte do que juízo na partida de ida das oitavas de final da Conmebol Libertadores, na última terça-feira, no estádio Atanasio Girardot, mas o empate em 0 a 0 precisa ser comemorado. As circunstâncias levam para este sentimento de que o resultado na Colômbia poderia ter sido muito pior.
O Atlético Nacional, diante de seus torcedores, teve 19 finalizações (apenas três no alvo), duas bolas na trave e dois pênaltis perdidos por Edwin Cardona (um deles defendido por Rafael). A superioridade colombiana, traduzida nos números, é justamente o que faz o São Paulo ter o direito e o dever de comemorar o empate fora de casa.
Voltar para o Brasil com a possibilidade de ir às quartas de final da Libertadores com uma vitória por qualquer placar é a grande conquista tricolor na última terça-feira. As dificuldades no Atanasio Girardot, aliás, não foram uma exclusividade do São Paulo em 2025.
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Hernán Crespo — Foto: Rubens Chiri/Saopaulofc.net
Até empatar com o São Paulo na última terça-feira, o Atlético Nacional tinha vencido seus três jogos em casa nesta Libertadores. Superou o Internacional, o Bahia e o Nacional, do Uruguai, na fase de grupos. Em contrapartida, perdeu todas as partidas longe de Medellín. E este é outro motivo para o Tricolor comemorar o empate.
Sofrer diante de um forte adversário, portanto, não é nenhum sinal de alerta para o São Paulo. O que não pode se repetir, porém, é a dependência de uma sorte maior do que se pode contar em condições normais.
Uma desorganização defensiva quase que irreconhecível para o São Paulo de Hernán Crespo em alguns lances (que foram minoria, é bom destacar) quase custou caro na Colômbia. Ferraresi, que tem sido um dos pilares do Tricolor, cometeu dois pênaltis, flertou com a expulsão e quase complicou a vida da equipe na Libertadores.
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Rafael defende pênalti de Cardona em Atlético Nacional x São Paulo — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc
A dificuldade para marcar o rápido ataque colombiano, com Marlos Moreno por um lado e Hinestroza pelo outro, também é um ponto de atenção para o São Paulo. Foi justamente em lances de velocidade que o Tricolor viu a bola explodir na trave duas vezes.
Ofensivamente, o São Paulo foi quase nulo. Finalizou cinco vezes na direção do gol, mas não acertou o alvo em nenhuma delas. Construiu muito pouco perto do que tem mostrado ao seu torcedor sob o comando de Hernán Crespo. Mas, vale lembrar, conseguiu evitar que o Atlético Nacional vencesse novamente em casa, o que ainda não havia acontecido nesta Libertadores.
A estratégia tricolor na última noite foi, muitas vezes, explorar lançamentos para que André Silva tentasse segurar a bola no campo ofensivo e diminuir a pressão colombiana. O centroavante, porém, teve muita dificuldade para cumprir suas funções e foi substituído no segundo tempo. Lucas, que entrou em seu lugar, também não conseguiu dar trabalho à defesa do Atlético Nacional.
Por causa do que esperava do adversário na Colômbia, o São Paulo mudou seu estilo de jogo em relação ao que vem apresentando com Crespo. No Morumbis, a normalidade deve se fazer presente novamente. E, fora de casa, o Atlético Nacional não tem nenhum ponto conquistado nesta Libertadores.
Fonte: Ge