Enquanto reformula o elenco para a sequência da temporada, o Palmeiras fez pelo menos duas movimentações que não estavam programadas para este momento do ano: liberou, sem custos, os veteranos Mayke e Marcos Rocha, que tinham contrato até dezembro e vinham como pilares de uma geração vencedora no Palestra Itália.
O clube formulou rescisões de contrato antecipadas para ambos. O motivo para aceitar liberá-los sem retorno financeiro, por sua vez, passa principalmente pela história construída pelos laterais-direitos na Academia de Futebol.
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Rocha abraça jogadores do Palmeiras em despedida — Foto: Cesar Greco / Palmeiras
Mayke estava no clube desde 2017 sendo nome bem quisto no elenco, enquanto Rocha, contratado em 2018, era um dos líderes responsáveis por representar os atletas, ao lado de Gómez e Weverton, no trato com a diretoria alviverde.
Juntos conquistaram 12 títulos, aparecendo no topo da lista de maiores campeões da história do clube, e formaram parte da Terceira Academia do Palmeiras.
Quando o clube se deparou, portanto, com possibilidades melhores em termos de tempo de contrato e espaço para os atletas, entendeu ser justa a liberação seis meses antes do fim do contrato.
Abel Ferreira, por sinal, chegou a falar sobre o pedido de Mayke e como lida com essas situações no Alviverde.
— Custa-me quando um jogador vem me pedir, explicar o que está acontecendo e eu olhar só pros meus interesses ou só para os do Palmeiras, sem reconhecer tudo o que ele fez, o legado que deixou — disse o treinador.
— O que me deixa feliz é ver esses jogadores poderem sair do clube e irem para outros lugares onde são ainda mais reconhecidos, seja em termos salariais, seja em tempo de contrato — completou.
No caso de Mayke, aos 32 anos, o Palmeiras discutiria uma renovação de contrato por mais uma temporada, como vinha sendo nos últimos anos, e o camisa 12 terminou recebendo do Santos uma oferta de vínculo longo: dois anos, até o fim de 2027, com possibilidade de renovação por mais um.
Quase o triplo do ofertado pelo Alviverde, portanto, que costuma trabalhar com contratos de cinco anos para os recém-chegados e renovações curtas para os mais experientes.
Rocha, por sua vez, aos 36, recebeu do Grêmio uma oferta de vínculo até o fim de 2026. Menos tempo que o de Mayke, mas justamente no momento em que viu o Palmeiras contratar Khellven, de 24 anos, para a posição que tem desde o início da temporada o argentino Giay como titular.
A perspectiva de mais espaço pesou também para o camisa 2, que se despediu da equipe, emocionado, no sábado, na Academia de Futebol.
Movimento semelhante chegou a se desenhar com o goleiro Marcelo Lomba antes da Copa do Mundo de Clubes. Houve uma sinalização de interesse do Fluminense, e o Palmeiras o liberaria antes do fim do contrato, que se estende até dezembro, mas dias depois decidiu-se pela permanência do camisa 14.
Agora, com as saídas dos laterais, seguem ainda no Palmeiras apenas três líderes do período prévio a Abel Ferreira: o goleiro Weverton, o zagueiro Gustavo Gómez e o meia Raphael Veiga.
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Marcos Rocha e Mayke no Palmeiras ainda em 2018, primeiro ano da dupla juntos no clube — Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras