O presidente do DEM, ACM Neto, diz que deseja que a dobradinha histórica do DEM com o PSDB seja mantida e que se esforçará nesse sentido, mas que encara o partido e o governador de São Paulo, João Doria, separadamente.
“Não queremos que o individualismo, a postura e os erros de condução política cometidos pelo governador João Doria comprometam a relação histórica que os partidos têm em nível nacional e estadual. Vamos continuar conversando com o PSDB sobre as eleições. O partido terá toda a disposição de diálogo e construção conjunta. Porém, esta conversa não passa pelo governador João Doria. O DEM não tem nenhuma disposição de discutir 2022 com João Doria. Neste momento, descartamos conversar com o governador sobre 2022”, afirma.
ACM Neto diz que Doria vinha fazendo pressão para que Garcia trocasse de sigla.
“O partido vinha acompanhando isso. Tentei ponderar várias vezes com o governador, argumentando que era um erro estratégico. O PSDB de São Paulo estava desconsiderando o fato de que o DEM sempre esteve ao lado deles. Estivemos ao lado de Doria nas eleições de prefeito e de governador. Nacionalmente também. Forçar um quadro do DEM a ir para o PSDB é altamente incompatível com essa história. Uma postura altamente individualista, na minha opinião, fruto de projeto pessoal do governador, que desconsidera que o momento é de unir, e não dividir”, continua o presidente do DEM.
Doria disputará as prévias do PSDB em outubro para tentar ser oficializado como candidato presidencial do partido. Chegar à disputa com a preterição do DEM pode ser um peso negativo para o governador.
“Não tenho dúvida de que foi um cálculo errado. Isso o isola ainda mais. Ele está longe de ser unanimidade no PSDB e amanhã ou depois, ainda que seja escolhido pré-candidato, limita muito o espaço dele de construção política, já que com o aliado histórico ele não terá nem clima para conversar”, diz o ex-prefeito de Salvador.
ACM Neto afirma que já conversou com Bruno Araújo sobre o ocorrido e que não tratou especificamente de Doria, mas procurou deixar claro que as conversas sobre projetos conjuntos nacionalmente e estadualmente seguem intactas.
Sobre Rodrigo Garcia, ele afirma que ainda precisa discutir o destino político do partido no estado, mas que não está brigado com o vice-governador paulista por entender que a responsabilidade pelo episódio é inteiramente de Doria.