Câmara de Salvador promove audiência para debater VLT um dia após rompimento de contrato da obra

Câmara de Salvador promove audiência para debater VLT um dia após rompimento de contrato da obra

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Um dia após o governo da Bahia romper o contrato com a empresa chinesa Skyrail Bahia, responsável pelas obras, a Câmara Municipal de Salvador promove nesta quinta-feira (17) mais uma audiência pública para debater a situação do VLT do Subúrbio. O evento, que deve contar com representantes das gestões estadual e municipal, acontece na Escola Barros Barreto, em Paripe, a partir das 14h.

“Decidimos fazer a audiência no Subúrbio para que a população da região possa comparecer e acompanhar como está a situação do VLT. O objetivo é construir, e não fazer críticas. Não tenho dúvidas de que esse atraso será corrigido e que a obra vai acontecer, como foi com o metrô, que começou a andar graças aos governos do PT”, disse Tiago Ferreira, proponente da sessão e aliado do Executivo estadual.

Segundo o governo da Bahia, a expectativa é de que a rescisão com a empresa chinesa seja bilateral, ou seja, de forma amigável. A decisão ocorreu depois que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) apontou a rescisão como saída diante da urgência de solução para a continuidade da implantação do sistema de transporte.

Em nota, a BYD, da qual faz a Skyrail Bahia e que pretende instalar uma fábrica de veículos elétricos em Camaçari, informou que vai cumprir a recomendação o governo baiano para rescindir de forma amigável o contrato. Ainda de acordo com a empresa, as obras do VLT foram prejudicadas pela pandemia da Covid-19.

“O cancelamento do contrato do monotrilho (não era VLT) é atestado de incompetência e reconhecimento de todas as irregularidades cometidas no governo anterior (de Rui Costa, do PT). Vamos seguir cobrando punição aos responsáveis pelas irregularidades cometidas e pelo prejuízo de, pelo menos, R$57 milhões”, disse o vereador Cláudio Tinoco (União), que também já promoveu uma audiência sobre o tema, em publicação nas redes sociais.

A construção do sistema foi apresentada em 2017 e licitada no ano seguinte, com a assinatura de contrato ocorrida em 2019. O transporte substituiria os trens, que foram desativados em 2021, prejudicando a população do Subúrbio.

Quando o contrato foi assinado com o consórcio chinês, o valor estimado do investimento para a obra seria de R$ 1,5 bilhão. No mesmo ano, a obra teve ordem de serviço autorizada e o governo chegou a divulgar que o projeto estaria 100% concluído no segundo semestre de 2024.

Quatro anos depois, a realidade é outra. A obra sofreu diversas alterações de prazos de entrega, de traçado e principalmente de valores. Dos iniciais R$ 1,5 bi para a conclusão do VLT, o valor atual já passa de R$ 5,2 bilhões, um aumento de 246%. A mudança no mapa de traçado do VLT do Subúrbio é apontada como uma das causas dos reajustes.

Durante uma sessão realizada no dia 25 de julho deste ano no Tribunal de Contas do Estado (TCE), o procurador Ubenilson Santos, da PGE, já havia informado da grande possibilidade do Governo rescindir o contrato do VLT do Subúrbio. “As medidas que poderão ser tomadas passam pela imediata execução ou rescisão, com grande possibilidade de ocorrer a rescisão ou distrato bilateral em curto espaço de tempo”, afirmou na época.

Vale frisar que a obra do VLT ficou de fora do PAC do governo federal, o que foi considerado uma surpresa no meio político, sobretudo em função do rompimento do contrato que estava em andamento.

Política Livre

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