O dólar abriu em baixa nesta terça-feira (2), em meio a um leilão adicional de “swap cambial” realizado pelo Banco Central do Brasil (BC) para conter parte do avanço da moeda norte-americana no país.
Na prática, essa operação significa que o BC vai vender dólar no mercado futuro, sem envolver as reservas brasileiras da moeda. É uma intervenção indireta da instituição no mercado de câmbio, que ocorre quando o dólar tem altas mais acentuadas.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 12h10, o dólar caía 0,32%, cotado a R$ 5,0427.
Ontem, antes do anúncio do BC sobre o leilão cambial, a moeda fechou o dia na casa dos R$ 5,06, no maior patamar desde outubro.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa operava em queda de 0,02% aos 126.961 pontos.
Na véspera, o índice havia fechado em 126.990 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O BC anunciou na noite de segunda-feira que faria nesta sessão um leilão adicional de swap cambial tradicional, no valor de US$ 1 bilhão. Essa foi a primeira intervenção sem fins de rolagem da autarquia no mercado de câmbio desde o final de 2022.
O BC justifica que fez o leilão para suprir a demanda pelo vencimento de NTN-A3, um título público indexado ao dólar que há anos não é negociado pelo Tesouro Nacional, mas ainda há no mercado brasileiro instituições que detêm o papel em suas carteiras.
Em valores atuais, os papeis a vencer equivalem a cerca de US$ 3,6 bilhões a US$ 3,7 bilhões, de acordo com participantes do mercado. Para encerrar as posições, é realizada uma compra de dólares, com potencial de alimentar a alta da moeda norte-americana.
Parte dos analistas atribui a ação apenas ao fato de o dólar ter saltado 0,86% na véspera, ao maior valor de fechamento desde 13 de outubro do ano passado. A alta acumulada foi de 1,57% em dois dias úteis.
Enquanto isso, no exterior, o índice que compara o dólar a uma cesta de pares fortes tinha leve queda, perdendo fôlego depois de mais cedo tocar uma máxima em cinco anos, dando alívio às divisas de países emergentes.
As atenções agora se voltam para mais dados dos EUA nesta terça –encomendas à indústria e vagas de trabalho em aberto–, além de comentários de autoridades do Federal Reserve em busca de mais pistas. Essas informações virão antes do relatório de criação de empregos fora do setor agrícola dos EUA de março, a ser publicado na sexta-feira.
Operadores estão precificando uma chance de 62% de o Fed cortar os juros em 25 pontos básicos em junho, e veem mais duas reduções em 2024, de acordo com a ferramenta FedWatch do CMEGroup.
Há, assim, também uma alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, que prejudica a performance do Ibovespa.
Fonte: G1