Filhos de Bolsonaro saem das sombras e negociam no Congresso em nome do governo

Filhos de Bolsonaro saem das sombras e negociam no Congresso em nome do governo

compartilhe este post

A vitória de aliados de Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara e no Senado deu segurança para que os filhos do presidente deixassem as sombras do Congresso e voltassem a articular abertamente assuntos de interesse do Planalto.

Com a lista de prioridades do governo entregue aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), os dois filhos de Bolsonaro eleitos para o Congresso, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), passaram a impulsionar, nos bastidores, a agenda do pai.

Para aliados do governo, a atuação deles não é um problema. “O deputado Eduardo Bolsonaro e senador Flávio têm juntos quase 7 milhões de votos é natural que tenham influência”, afirma o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO). Opositores, porém, temem que a interferência acelere a tramitação de propostas conservadoras.

No Senado, Flávio deixou para trás um período de atuação mais discreta, após o escândalo da rachadinha e a ofensiva da oposição para levar seu caso ao Conselho de Ética. O filho 01 do presidente vem se esforçando nas últimas semanas para enterrar a CPI da Covid-19 e busca fazer uma ponte entre Pacheco e o ministro Eduardo Pazuello (Saúde)

Senadores relataram à Folha que foram interpelados pelo filho 01 do presidente para retirarem seus nomes do requerimento da Comissão. O documento conta com 32 assinaturas, cinco a mais que o mínimo necessário, e a decisão de instalar cabe exclusivamente a Pacheco.

Lideranças também apontam que Flávio Bolsonaro foi um dos principais articuladores para a ida do ministro ao Senado. Pazuello ficou quase cinco horas respondendo a perguntas e sua participação era a principal aposta para, pelo menos, retardar a CPI.

Lideranças do governo no Congresso e senadores aliados de Flávio Bolsonaro refutam a tese de que ele está mais atuante. Afirmam que sua atuação parlamentar está no mesmo nível desde o início de seu mandato, em fevereiro de 2019.

Danielle Brant / Renato Machado / Folha / Política Livre

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Relacionados