O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), deve promover mudanças no secretariado do Palácio Thomé de Souza. No fim do seu segundo ano de gestão, as alterações devem chegar a 10 mudanças, segundo apurou o Bahia Notícias com pessoas ligadas ao Executivo e à Câmara de Vereadores da capital. As alterações devem acontecer em pelo menos quatro pastas ou autarquias, além de outros postos na estrutura da Prefeitura.
Entre as mudanças mais prováveis que devem acontecer nas secretarias estão as de Cultura e Turismo (Secult) e Ordem Pública (Semop), comandadas, respectivamente, por Andrea Mendonça e Alessandro Lordello; além na Companhia de Desenvolvimento Urbano (Desal), chefiada por Virgílio Daltro, e na Superintendência de Obras Públicas (Sucop), cujo superintendente é Orlando Castro.
A gestão teria feito uma avaliação interna, em que a analise é de que os trabalhos de Mendonça e Lordello não têm sido satisfatórios. Ambos são cargos indicados pelo PDT, com a chefe da Secult sendo irmã do presidente da sigla no estado, Félix Mendonça Júnior. Já Lordello era assessor do dirigente pedetista na Câmara dos Deputados e deve retornar ao posto na capital federal, segundo fontes do BN.
Apesar disso, os casos de Daltro e Castro são diferentes. Mesmo com prestígio pelo prefeito, eles ocupam a estrutura institucional da Prefeitura desde a gestão de ACM Neto (União). O objetivo, segundo deu conta o Bahia Notícias, é dar rotatividade nestas autarquias.
Além das iminentes modificações nas secretarias e autarquias citadas anteriormente, outros seis nomes podem deixar a Prefeitura. São os secretários Samuel Araújo (Informação e Tecnologia), Marcelo Oliveira (Educação), Júlio Fon Simões (Governo) e Fernanda Lordelo (Políticas para Mulheres, Infância e Juventude) e Luiz Carreira (Casa Civil), além de Omar Gordilho, presidente da Limpurb.
Samuel Araújo, que é filho do ex-deputado federal José Carlos Araújo (PDT), não tem o trabalho de articulação bem avaliado entre os vereadores, ponto fundamental na alteração da pasta. O caso de Gordilho também pode ter a ver com a Câmara Municipal, já que o presidente da Limpurb deve se lançar como candidato a vereador em 2024. Cientes desta articulação, parlamentares já teriam se colocado de forma contrária a ter um eventual concorrente na disputa por uma cadeira em 2024 ocupando um cargo na gestão municipal.
Outra pasta que deve sofrer mudanças é a Educação. Responsável pela secretaria, Marcelo Oliveira vem sofrendo com desgastes com os professores desde a pandemia da Covid-19, quando as escolas estavam fechadas. A pressão dos docentes pode fazer com que ele seja alvo da reforma, com objetivo de, segundo fontes do BN, “melhorar a interlocução com a classe”.
Já a situação de Fernanda Lordelo e Júlio Fon Simões também envolveria a avaliação negativa por parte do entorno da Prefeitura. Ambos são indicação da vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT), mas, no entendimento interno, “não vêm rendendo” à frente das respectivas pastas.
Outra mudança cotada para ocorrer seria Luiz Carreira, que é um dos nomes mais experientes do secretariado de Bruno, mas por um motivo diferente. A decisão seria pessoal e Carreira já teria expressado o desejo de deixar a gestão, porém ainda avalia se pretende continuar como membro da estrutura de gestão.
Outro nome que teria pedido para deixar o caro seria Daniel Ribeiro, responsável pela secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), que teria assumido a pastar para realizar um “choque de gestão” após a saída do vereador Kiki Bispo (União).
MANUTENÇÃO DO CARGO
Apesar das alterações em algumas pastas da prefeitura, com a eventual saída de alguns nomes, outros sete devem ter permanência assegurada por gozarem de prestígio com o prefeito.
São os casos de Thiago Dantas (Gestão), Marcelle Moraes (Sustentabilidade e Resiliência), Luciano Sandes (Manutenção), Décio Martins (Saúde), Giovanna Victer (Fazenda) e Ivete Sacramento (Reparação).