Parece, mas não é! O que leva os EUA a entrarem de vez na guerra

Parece, mas não é! O que leva os EUA a entrarem de vez na guerra

compartilhe este post

Não é fácil convencer a opinião pública americana. Nem o Congresso, seja ele de maioria ou não do partido do presidente. Questões cruciais, como entrar em uma guerra, dividem os políticos e se tornam até temas das campanhas eleitorais para a Presidência. O deputado ou senador, pelo sistema distrital misto, tem que prestar contas do destino do dinheiro que o contribuinte paga por meio dos impostos.

Por que financiar equipamento militar, contingentes de soldados para lutar no exterior e não o desenvolvimento interno? As questões da política externa estão nas mãos do presidente da República, mas este precisa da aprovação do Congresso para declarar guerra, seja em que situação for. O presidente democrata foi eleito com o slogan “ele nos manteve fora da guerra”.

Afirmar que os Estados Unidos devem participar do conflito para proteger o liberalismo econômico e a democracia é, no mínimo, dizem os republicanos, um estelionato eleitoral. Muita gente acompanha o desenrolar do conflito por meio dos veículos de comunicação, que também estão divididos entre os prós e os contras de enviar forças militares ao exterior.

Uma guerra do outro lado do Atlântico não é de interesse nacional, e boa parte da opinião pública resiste. Os Estados Unidos devem se concentrar no continente americano e manter a política inaugurada pela Doutrina Monroe, de “a América para os americanos”. Os defensores da participação americana na guerra afirmam que sua população é de origem europeia e tem ligações culturais e familiares com os envolvidos nos combates.

Além disso, para se consolidarem como um player internacional importante, os Estados Unidos precisam manter as vias marítimas abertas para o comércio e o abastecimento das matérias-primas vitais, principalmente o petróleo, riqueza almejada pelas empresas petrolíferas. O cartel, chamado de “As Sete Irmãs”, tem lobby fortíssimo no Congresso, especialmente no Senado. Lutar contra uma coligação que envolve atores espalhados pela Europa e pelo Oriente Médio precisará de um orçamento específico para financiar a transformação da indústria nacional de consumo em fabricante de armas e munições. Só um fato muito impactante pode mover a opinião pública a favor de entrar no conflito.

Woodrow Wilson, presidente democrata de 1913 a 1921, foi totalmente favorável à participação dos EUA na guerra. Foi reeleito com a bandeira da neutralidade, mas a situação o fez mudar de ideia. As notícias de milhões de mortos, divulgadas pela imprensa, mexem com a opinião pública. O afundamento do navio Lusitânia, no Atlântico Norte, matou mais de mil passageiros, entre eles 128 americanos. O professor Wilson muda de opinião e passa a defender a entrada na guerra. Os mares não são mais seguros, e o comércio americano seriamente afetado.

O Congresso ainda resiste. A imprensa tem acesso ao conteúdo de um telegrama enviado pelo ministro alemão Zimmerman ao embaixador no México. Nele promete aos mexicanos que, se atacarem os Estados Unidos pelo sul, ajudariam o país a recuperar o Texas, Novo México e Arizona. É a gota d’água! Os Estados Unidos declaram guerra ao império alemão em abril de 1917. A Alemanha avalia que nada vai mudar no destino do conflito, uma vez que os submarinos bloqueiam os portos europeus. Em pouco tempo as indústrias americanas se voltam para produzir armas. Um milhão de soldados chega aos campos de batalha e decide a vitória para o lado dos Aliados. Nasce uma potência global.

Fonte: R7

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Relacionados