Seleção de Fernando Diniz peca na pressão na bola: entenda o conceito com imagens

Seleção de Fernando Diniz peca na pressão na bola: entenda o conceito com imagens

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O Brasil apenas empatou contra a Venezuela, por 1 a 1, na Arena Pantanal, em jogo válido pela 3ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo.

O time não jogou bem e repetiu a atuação apática que teve contra o Peru, na rodada anterior. Não que seja novidade ter dificuldade contra os venezuelanos: em 2021, o Brasil sofreu para vencer por 1 a 0, e na Copa América de 2019, empatou sem gols.

Na Copa América de 2019, empatou sem gols. Lembrar isso não é naturalizar o empate com a última colocada das Eliminatórias passadas, mas fazer a ponderação necessária de que o futebol de seleções é cada vez mais equilibrado.

É difícil analisar a seleção sem entender o contexto: um ciclo de seis anos encerrado com Tite, jogos ruins com Ramon Menezes e uma espera de um ano por Carlo Ancelotti com Fernando Diniz.

A questão que mais ressalta aos olhos é que a segurança defensiva do ciclo anterior se foi: de seis jogos em 2023, o Brasil foi vazado em cinco. Com apenas três jogos nas Eliminatórias, o Brasil de Fernando Diniz sofreu os mesmos dois gols que o Brasil foi vazado em todo o ciclo com Tite.

Foram 19 finalizações sofridas nos três jogos, sendo seis delas no alvo. O número de gols é muito alto para uma proporção tão baixa de chutes certos – e o nível baixo dos adversários enfrentados até o momento.

Falta de pressão na bola é o problema

Os gols que o Brasil toma muitos gols nas segundas etapas. O calor da Arena Pantanal ajuda a explicar o segundo tempo muito ruim contra a Venezuela: falta de concentração, pouca atenção e mudanças na escalação que prejudicam o entrosamento.

Esse contexto (que é o mental) leva ao problema tático: uma pressão na bola desorganizada. A parte mental afeta a parte tática. Futebol é conjunto de elementos que estão sempre interligados.

O Brasil jogava quase num 4-1-4-1 no segundo tempo, com Matheus Cunha próximo a Gerson e Rodrygo e Gabriel Jesus nas pontas. O adversário trabalha e leva a bola para o meio-campo. Como Neymar era o mais avançado e não pressiona tanto, Gerson se desdobra e sai de perto de André para tentar roubar.

Gerson sai de trás e deixa muito espaço para André cobrir — Foto: Reprodução

Sobrou boa vontade em Gerson, mas o time estava desorganizado para que ele subisse. O espaço que você vê em vermelho são 20 a 25 metros de campo que ficaram sob responsabilidade apenas de André, que entrara no lugar de Casemiro.

Gerson novamente se desdobra e volta, mas não impede a progressão da bola. A Venezuela consegue atacar a defesa do Brasil numa situação perigosa: em igualdade numérica. O ponta está com o lateral e dois atacantes estão com os dois zagueiros. E a proteção na zaga? E a dobra de marcação? Não existem.

Gerson retorna e André fica longe da zaga, que está em igualdade numérica — Foto: Reprodução

A falta de cobertura leva a Venezuela a superar individualmente o lateral e o zagueiro no golaço que empatou o jogo.

Problema semelhante aconteceu contra a Bolívia: o Brasil já vencia por 4 a 0, a atenção diminuiu um pouco e a defesa estava totalmente exposta na hora que o adversário retoma e aciona alguém em velocidade. É novamente uma situação de 1 contra 1, o que expõe o jogador ao erro individual.

Análise do gol sofrido contra a Bolívia — Foto: Reprodução

Os dois gols são frutos de uma pressão na bola mal feita. Seja na quantidade de jogadores e principalmente na organização coletiva para que alguém pressione e a cobertura se posicione de forma a não deixar o time exposto.

O que mais preocupa é que isso aconteceu contra seleções de baixo nível – as mesmas que todo mundo dizia ser “muito fácil” vencer. Pois não é. Eliminatórias é pedreira, e com time mal organizado, o Brasil até se classifica, mas não nas primeiras posições.

Por isso, o grande teste para a seleção de transição de Diniz é o jogo contra Uruguai. Momento de ver os ajustes necessários no ataque e os mais urgentes no conceito de pressionar a bola para não deixar a defesa exposta.

Fonte: Ge

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